domingo, 13 de junho de 2010

Pixxador DV.

Perfil:
idade:18 anos com cara de 21 corpo de 16 disposição de 15 sonhos de 10 alegria de 5.
Nas ruas me conhecem como David (Dv.)
Por que do nome ?
 Era pra ser NUNK, mas deu um problema no dia que fui por, um carro me viu acendeu um farolzão em mim buzinou, fiquei desesperado, era bem moleque, (se fosse hoje, mandava ele ir à merda) e não deu pra terminar , aí fiquei pensando em algo rapido de pra fazer, e a geral que viu comentou que um tal de Dv. tinha pichado o portão da escola, aí gostei da sonoridade de Dv., e ficou assim…
Sou com muito orgulho da DV – Destruidores do Visual.
Crew! Aqui em alagoas chamamos de sigla, essa sigla ou crew, atua tanto do xarpi quanto do graffiti, Me ligo nisso, desde 2000, porque os caras mais velhos de minha escola eram pichadores, achava maneiro olhar os nomes na parede e tentar adivinhar quem era o autor de cada nome e tal, mas entrei nessa no fim de 2004… Resumindo a cabeça entrou em 2003, a mão em2005.
O que mim levou a entra nessa vida Até hoje não sei! Alias ninguém sabe!
No começo queria fazer parte de um grupo lá na escola, depois que consegui entrar pra esse grupo, quis me destacar dentro dele, quando consegui, passei a freqüentar reuniões, e vi que o que eu sabia de xarpi era muito pequeno, e que tinha uma cena maior no estado, quis fazer parte dessa cena, cada passo que ia dando, cada degrau que ia subindo, ia vendo que tinha algo a mais, depois fui ficando conhecido, acho que a palavra certa é reconhecido, pois ser conhecido é muito fácil, ser reconhecido por algo que vc faz é que é difícil, mas acho que consegui esse reconhecimento e respeito dentro do mundo da tinta.
Acredite se quiser isso ia me trazendo coisas boas e oportunidades, tipo convite pra festas, as melhores festas saia com mulheres que saiam comigo por eu ser o Dv, eu me aproveitava bem disso, acho que pra elas era uma espécie de status, eu só queria cama mesmo, um usava o outro e tudo certo no final.
Mas te responder o real motivo, impossível!
Hoje picho, por prazer já perdi e ganhei tudo que essa vida trás pra um pichador, uso hoje a pichação como uma ferramenta de desestresse, uma terapia, antigamente era uma coisa de auto-afirmação, um moleque tentando ser homem, hoje e satisfação pessoal, um homem tentando ser moleque.



Quem mais admiro sem identificar 
 - São tantos, só da pessoa ter disposição de entrar nessa vida de diodo, já tem minha admiração e respeito, mas gosto dos caras que picham no alto, daí curto: dos anos 80 VINGA- TUFÃO – RIVAL – KIL… Dos anos 90 SEIF – COLA – da geração atual me identifico com CAIXA – ELLUS – ISAK – FYT – KADU… e tem um moleque que ta vindo com tudo, que é o ALKA.. Mas tem muito mais gente, melhor parar por aqui, que tem muita entrevista pela frente.
Destaque também pras meninas da xarpi, que não devem nada pra homem nenhum, KEL, DAMAN, NATH, DYNHA e a lendária FREE.
Um bom artista de rua precisa ter, para ser bem sucedido em seu meio?
  1° Humildade… 2° Humildade e em 3° lugar mais humildade.
Sem isso pode ser o maior pichador ou grafiteiro, que não vai arrumar nada, tem pichador que vai numa reunião e não quer assinar cadernos ou black book, acho isso palhaçada, pois um pichador picha pra outro pichador ver, se tratar mal quem curte teu trabalho, é melhor desistir. Por isso humildade é a chave. o maior O castigo pra um pichador - Acho que apagar o próprio nome, e a frustração de entrar nessa vida e não ser reconhecido nela.
Tem gente que picha por anos e não se destaca isso é um castigo emocional.
A pichação me tirou tempo, dinheiro, oportunidades, pois colocava isso em primeiro plano antigamente,
Tirou a confiança uma época de meus pais, pelas mentiras que inventava, pra justificar meus horários, tirou muita coisa, que aprendi e cresci com essa experiência ruim, as que hoje vejo que foram importantes, nas derrotas que me ensinaram de verdade, pois na vitória a gente está ocupado comemorando que esquece de analisar e aprender algo.

pS:. Apesar das coisas que perdi, carreira militar, atraso nos estudos, não me arrependo não. Erraria tudo de novo nome por nome, noite por noite, só picharia mais pedras porque não pichei muito nesse estilo. E hoje aprendi a gostar.